Coaching é uma arte de fazer perguntas poderosas, para obter as melhores respostas do cliente e gerar movimento e ação para alcançar os seus objetivos, e existe uma importância da capacidade do cliente estar aberto a responder estas perguntas.
Parte disso cabe a relação de confiança do coach com o coachee – mas o que acontece quando o cliente de coaching fala apenas “não sei”? Por mais criativo que as suas perguntas sejam, o coachee não fala muito mais do que “não sei”. Então coach, o que fazer neste caso?
É isso que nós vamos explicar neste artigo completo sobre os clientes de coaching com a síndrome do “não sei” – como extrair melhores respostas para conquistar melhores resultados.
Onde estamos?
O primeiro passo é entender em que estágio se está com um cliente de coaching que responde apenas “não sei” – e buscar entender com maior profundidade a motivação deste pensamento de não sei.
Entenda que o não sei é uma resposta comum na nossa sociedade para as pessoas que tem preguiça mental de pensar, e muitas vezes isso pode ser um artifício para receber uma resposta, uma ordem ou uma direção, com a intenção de poupar energia ou até mesmo de transferir a responsabilidade do resultado.
Todo bom coach sabe que não existe situação em que o coach deva responder pelo cliente – as respostas para os problemas do seu coachee tem que surgir de dentro dele próprio mas voltando a análise da situação – temos diferentes situações onde uma resposta não sei tem diferentes interpretações.
Se o cliente não sabe o que quer, ele tem uma situação de falta de perspectiva ou de descrença da sua própria capacidade de ter resultados diferentes.
Se o cliente sabe onde quer chegar, mas não sabe como, ele simplesmente tem dificuldade de encontrar uma solução criativa para começar a caminhar, ou talvez ele tenha um bloqueio de perfeccionismo, por querer enxergar o caminho completo.
Se o cliente sabe o caminho, mas não sabe por onde começar, na sua mente ele pode ter tantas opções de início que acaba confuso, ou realmente ter sido pego de surpresa pela necessidade de se comprometer com uma ação.
Então são diferentes situações que podem estar incentivando o seu cliente a se manter no padrão de resposta do “não sei”.
Quebrando o padrão de resposta
Então muitas pessoas são bastante acostumadas a não tomar decisões pela sua vida, e o padrão de responder “não sei” para muitas situações precisa ser quebrado.
Nossa motivação como coaches é de inspirar a transformação, mas alguns padrões podem ter que ser quebrados no trajeto.
Uma estratégia poderosa para quebrar este padrão de resposta é, logo após a resposta do cliente, retrucar a resposta, dizendo: “Certo – mas e se você soubesse, o que seria?”
Perceba que esta pergunta posiciona a sua postura como profissional que não vai se render à uma preguiça de pensamento do seu coachee, e rapidamente o coloca para pensar.
E é claro que você pode estar suscetível à uma retrucada do tipo “se eu soubesse eu diria!”, e é aqui que você pode aplicar uma segunda onda de questionamento, usando a seguinte indagação:
“Sem problema, mas vamos compartilhar a verdade só aqui entre nós: você sabe a resposta, e você sabe que sabe, porque você sabe onde quer chegar!”
Quando você usa como comando a frase “você sabe que sabe” é uma mensagem neurológica poderosa, que desbloqueia barreiras psicológicas.
Se ainda assim você não conseguir atingir uma resposta satisfatória, você pode partir para a terceira onda, onde dirá:
“Certo – então me diga uma pessoa que você admira muito e que tenha tido sucesso na mesma direção que você deseja, um ídolo para você” – e o cliente dirá – e então você pergunta “E se esta pessoa estivesse aqui agora mesmo, e eu perguntasse o que você deveria fazer, o que ele diria?”
A verdade é que, por mais que a resposta seja projetada em outra pessoa, a fonte da resposta é única: é o seu coachee, então a resposta continua válida, e especialmente, colocará o seu cliente em movimento.
Barreiras criativas
Existem alguns casos em que o seu cliente de coaching possui barreiras de criatividade em sua mente.
Podendo ter origem em sua criação, como em situações em que foi repreendido por ser criativo demais, inventado histórias ou outras situações, como também pode ser fruto de alguma experiência emocional traumática, como um chefe que o tenha repreendido por uma resposta muito absurda para ele, enquanto para o seu coachee não parecia tão absurdo.
O fato é que grande parte das pessoas precisa realmente de estímulos para poder exercer a sua própria autenticidade e verdade pessoal, e também a sua criatividade.
O estímulo de hobbies que permitam que o seu cliente consiga se expressar amplamente, sem julgamentos, são ótimas alternativas.
Tanto a música como várias formas de arte, como pintura, desenho ou dança, são exemplos de manifestações em que o cliente consegue expressar a sua identidade, libertando-se de bloqueios imaginativos.
Incentive a criatividade, e elogie soluções criativas para os problemas, afinal o coach também tem um pouco desta figura de ser um agente de motivação na vida dos seus clientes – e rapidamente as manifestações de “não sei” vão ser passado na vida do seu coachee.
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