O processo de coaching é um trabalho de acompanhamento na direção de realizar grandes objetivos, e o papel do coach é justamente de um guia que acompanha esta jornada.
Agora, é importante que o cliente de coaching não se sinta desamparado após o processo, afinal a intensão é realmente de um acompanhamento temporário, para que depois seja possível caminhar com as próprias pernas.
Neste artigo nós vamos falar um pouco sobre como caminhar sozinho após o termino do processo de coaching, e não cair na dependência de apoio e acompanhamento.
A função do coach
Vamos começar este artigo justamente por reforçar algumas premissas do processo de coaching, que pode até mesmo ser comparado ao processo de forja do aço.
O aço é exposto a altas temperaturas para ganhar a dureza necessária, e o processo de coaching tem como objetivo subliminar tirar o coachee da zona de conforto que o mantém sem resultados.
Seja pelo fato de não conhecer ou não enxergar o caminho, ou pelo fato de não ter força emocional para chegar no objetivo, o papel do coach é de incentivar e desafiar o seu cliente para quebrar os próprios padrões e alcançar resultados maiores.
Muito similar ao conceito de formato, visto que a palavra formato significa aquilo que tem forma, então a pessoa que tem uma mesma forma não consegue atingir resultados diferentes, e é no processo de mudança que a pessoa adquire um novo formato – mais adequado para seus objetivos atuais.
Então o cliente vai adquirir um novo formato num processo de coaching, um formato de mentalidade adequado para conquistar novos objetivos, mas este novo formato não pode estar condicionado ao coach – precisa ser um formato que dê independência e autonomia.
No final das contas, o coach que não ensina a sobreviver sozinho não conseguiu atingir o objetivo subliminar de empoderar o seu cliente. Empoderamento é o reforço da crença de capacidade, que mostra para a pessoa o seu poder de realização.
O cliente precisa sair do processo de coaching forte e confiante, para encarar este desafio atual com respeito, e outros novos desafios que possam surgir.
Percebendo o padrão
Então o coach precisa estar atento para o cliente que tem um perfil de muita dúvida e insegurança, pedindo constantemente conselhos, apoio e ideias.
Em boa parte dos casos o coach é o seu perfil de cliente já transformado, o que lhe confere autoridade para poder falar em nome do assunto, mas este tipo de proximidade com o assunto também pode confundir o coach, envolvendo-o no papel de mentor.
Uma forma de incentivar ao cliente a busca de modelos próprios é com o uso de arquétipos. Os arquétipos são modelos de inspiração que o cliente pode adotar como mentores internos. Alguns arquétipos comuns usados no coaching são o Guerreiro, o Visionário, o Mestre e o Curador.
Digamos então que o cliente escolha uma figura para representar para si a figura do guerreiro, que é uma figura forte, segura, que luta pelo que acredita – incentive ao cliente que pergunte para este arquétipo que tipo de resposta ele daria para as situações que ele se perceber necessário.
É uma forma de tirar inspiração do cliente, através de sua própria mentalidade, mas adaptada à figura que tem a capacidade e força no quesito que o cliente não tem – e com o passar do tempo estas consultas ao arquétipo acabarão sendo corriqueiras e naturais para o cliente, fazendo destes padrões de pensamento os seus próprios.
Coaching é movimento
É importante entender o processo de coaching como um empurrão que nos tira da inércia, mas que nos coloque em movimento, e preferencialmente que o cliente alcance um nível de movimentação constante e independente.
É claro que o reforço que o coaching gera para o cliente, especialmente na crença de capacidade de conquista, é muito grande, e se houver uma nova demanda em que o cliente precise novamente de apoio, não é proibido que o coach seja recontratado para uma nova jornada.
Apenas queremos deixar claro que o coach não deve se tornar uma muleta do coachee – autonomia é essencial para vida, bem como pessoas que tem a capacidade de nos colocar em boa direção e movimento para alcançar maiores e melhores resultados.
- Como usar a roda da vida no coaching - 19 de agosto de 2022
- É possível atuar como coach sem ter formação superior? - 31 de janeiro de 2020
- É possível ser coach e manter uma carreira paralela? - 17 de janeiro de 2020