Coaching empresarial é um modelo de atuação bastante comum, especialmente no Brasil onde foi o caminho de entrada para o coaching se popularizar e se tornar conhecido.
Empresários, inclusive, são um público bastante comum para processos de coaching, e coaches podem se tornar atuantes de forma recorrente em muitas empresas.
Agora, como o coach deve atuar em um processo voltado para negócios com mais de um sócio? Atendimento em grupo ou individual? Como diferir objetivos? Vamos falar sobre isso neste artigo completo.
Coaching para sócios
O coaching é encarado no mundo das organizações como uma forma de obter melhores resultados para o negócio através das pessoas, mas não devemos nos esquecer que o coaching trata das pessoas – esta é a sua premissa.
E é claro que as pessoas podem caminhar em uma mesma direção, mas ainda serão pessoas diferentes, com objetivos diferentes.
Além disso, o coaching trabalha muito com a parte emocional e com o jogo psicológico de cada um, por isso o coaching para mais de uma pessoa exige um formato de abordagem diferente – um pouco mais abrangente, e normalmente não tão aprofundado.
Uma boa abordagem para o coach é entender, em primeiro lugar, qual o objetivo que eles querem atingir com a empresa, e em uma reunião preliminar validar este objetivo. Esta é uma boa forma de garantir que ambos concordam em relação à direção que os negócios devem tomar.
Nos próximos passos o coach deve trabalhar individualmente, mas sempre conectando à pessoa com o objetivo desejado pela empresa.
Internamente o coach vai saber perceber se houver qualquer tipo de desalinhamento de visão entre os sócios, e poderá alinhar as necessidades de ambos para que o negócio seja atendido da melhor forma possível.
Divergências de visão
Um dos maiores desafios que o coach pode lidar em um processo empresarial com mais de um sócio é a desconexão de visão que ambos líderes podem ter. É comum que as pessoas em cargos de liderança nos negócios tenham basicamente dois perfis:
– O “extrovertido”, que é a pessoa de comunicação mais forte, que costuma colocar mais a sua opinião sobre o negócio e a direção que ele deveria tomar. Este perfil tende muito a se queixar da falta de iniciativa ou pulso firme do outro perfil.
– O “introspectivo” é o perfil de sócio mais calado, que prefere ceder em algumas situações de conflito, mas internamente passa a se desconectar e desmotivar com a direção dada ao negócio.
O coach deve aprender a perceber quem é a pessoa que dita a direção e quem é a pessoa que acata sem empenho, trabalhando no realinhamento sutil da visão de ambas pessoas para o bem do negócio.
É claro que esta distinção de perfil não é necessariamente uma regra, e o coach pode também precisar lidar com sócios que tenham visão e perfis semelhantes, mas a verdade é que, apesar de empresários e sócios, a sua visão sempre vai divergir em algum ponto – são pessoas diferentes.
O ponto de conexão
É preciso se lembrar também que as pessoas que alcançam grandes cargos são muito realizadoras, e tendem a ter opiniões fortes sobre seu modelo de visão do mundo, então quando a opinião e visão delas se choca com a opinião e visão diferente de outra pessoa, nós temos problemas.
Um processo de coaching precisa, além de alinhar estas expectativas, criar uma zona de paz entre ambas pessoas, onde elas entendam a visão e as necessidades de cada um na sua visão.
Então uma pessoa pode ter uma visão mais focada em segurança e perpetuidade, enquanto outro pode estar mais conectado com desafio e crescimento rápido, e a visão das duas pessoas precisa estar alinhada para funcionar sem desrespeitar a visão dos outros.
Também existe um jogo de concessões, onde em determinadas horas um deles vai precisar permitir que as decisões do outro sejam as melhores, e vice-versa.
E no final das contas é papel do coach eventualmente mediar as decisões e ânimos dos sócios em relembrá-los que aquilo que realmente importa é o negócio, e não uma visão pessoal.
O coach é um agente de desenvolvimento humano, então trabalhar com pessoas será um eterno jogo de exploração, mas um ponto extremamente importante de qualquer processo de evolução é gerar para os coachees as ferramentas necessárias para que eles possam dominar o seu jogo interno.
Imagine que as pessoas não são naturalmente instruídas a lidar consigo mesmas, então o processo de desenvolvimento do coaching certamente trará para as pessoas as melhores ferramentas para lidar com suas próprias emoções e decisões, e isso fará com que seja possível gerar os melhores resultados no longo prazo.
Empreender não é uma missão fácil, bem como compreender a si mesmo, e para isso existem coaches altamente qualificados, e um processo que trabalhe estas competências gera benefícios que se estendem por toda a vida.
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