O coaching vem ganhando cada vez mais espaço e notoriedade com profissionais que vem transformando a vida de muitas pessoas.
Contudo, uma variação grande de modelos de sessões pode acontecer entre diferentes profissionais, que é um movimento natural, pois o coaching é uma ciência que conta muito com o aspecto humano na sua aplicação, e a imaginação pode ser a aliada do profissional, desde que o objetivo seja impulsionar os resultados do cliente.
E ainda por se tratar de um processo, conta-se com etapas que compõe essa construção, e normalmente cada sessão gera tarefas que vão impulsionar o coachee ao avanço em seu desenvolvimento.
Vamos explorar alguns dos principais pontos que uma sessão de coaching precisa ter para ser bem-sucedida para o coach e para o coachee.
Antes da sessão
A preparação para uma sessão de coaching é uma etapa extremamente importante dentro do processo, e não pode ser menosprezada.
Se estivermos falando de uma sessão inicial, o coach precisa estar preparado e seguro para demonstrar bem do que se trata o seu processo e a transformação que ele pode fazer pelo cliente – você pode saber mais sobre isso no nosso artigo Como fazer uma primeira sessão de coaching incrível.
É preciso, também, que o coachee esteja totalmente pronto para conseguir obter um bom desempenho durante o seu processo de coaching, de modo a atingir o seu estado desejado da melhor forma possível.
Mesmo que o cliente tenha assinado um contrato, demonstrando entender a dinâmica do processo, é importante que o coach faça o que se chama de Coaching Education, de modo a reforçar as principais ideias do coaching, o que melhora o aproveitamento das sessões.
O Coaching Education é uma explicação clara e objetiva sobre o que é e o que não é um processo de coaching. É interessante falar também sobre como funcionam as sessões e quais são os benefícios esperados.
Reforçar a importância do comprometimento do coachee ao longo de todo o coaching e também nos momentos em que ele não estiver com o seu coach, principalmente ao fazer as suas tarefas semanais, é essencial para reforçar a ideia de que o esforço do cliente é fundamental para o seu próprio sucesso.
O coache deve relembrar sobre a cláusula de confidencialidade do contrato de coaching. Essa ação é importante para que o cliente fique mais à vontade com o seu coach e lembre que pode estabelecer uma relação de confiança sem receio de ser julgado ou de ter a sua privacidade comprometida.
Agora, se estivermos falando de uma das sessões seguintes do processo, o primeiro passo é estar bem alinhado com os objetivos que foram propostos pelo cliente como desafio no último encontro.
Normalmente as sessões de coaching tem um intervalo de uma semana entre si, justamente para que o cliente tenha tempo hábil de realizar a tarefa que tenha sido acordada com o coach.
O coach já pode ter em mente uma ferramenta para trabalhar, que tenha sido escolhida de acordo com o andamento do processo e as necessidades do cliente, mas é claro que ter uma ferramenta em mãos não gera obrigatoriedade de uso.
É o tipo de momento em que cabe ao coach ter a sensibilidade de encontrar e aplicar uma ferramenta apropriada para cada situação, pois nem sempre o cliente chegará super tranquilo, de tarefa feita e preparado para aquilo que o coach tinha em mente.
Em se tratando de pessoas, é difícil manter a previsibilidade – em alguns casos é preciso tomar outros caminhos para gerar um bom resultado com o coachee, mesmo que seja na aplicação de uma ferramenta que não estava prevista.
É muito importante que o coach registre todos as informações fornecidas pelo seu coachee durante a sessão. Se for aplicada alguma ferramenta, o próprio cliente pode preencher os dados. Caso o profissional ache mais produtivo, ele pode fazer as anotações em um software para coaching e no final mostrar para o seu cliente, para que ele leia e verifique se há algo a ser acrescentado ou alterado.
O coach deve fazer um relatório simples ao final da sessão, constando a ferramenta preenchida e as observações finais que o coachee colocou, bem como a tarefa que foi estabelecida para ser cumprida durante a semana entre as sessões.
Esse relatório não deve conter um diagnóstico, nem ser um longo texto descritivo elaborado pelo coach com as suas impressões. Ele deve ser um documento objetivo que serve apenas como recapitulação do trabalho que foi desenvolvido, de modo a ajudar o coachee a relembrar fatos importantes relatados durante a sessão.
O coach pode entregar o relatório ao final da sessão ou, se achar melhor, enviar por e-mail até o dia seguinte, não mais do que isso, para que o coachee possa consultar e rever o que ele mesmo descreveu como sua tarefa semanal. Para facilitar, pela plataforma SistemizeCoach você pode fornecer acesso as informações do processo através de um aplicativo. É uma forma muito mais profissional e eficaz de compartilhar as informações.
Realizando uma nova sessão de coaching
Normalmente nos primeiros momentos de uma sessão de coaching acontece aquele breve quebra-gelo, e então o coach pergunta como foi o desenvolvimento do coachee desde a sessão anterior, incluindo as tarefas que foram combinadas para serem realizadas.
O cenário ideal para o coach é aquele em que o cliente fez as tarefas, conseguiu extrair bons resultados pela sua execução, sente que está evoluindo e está preparado para avançar na direção do seu objetivo.
É claro que como seres humanos, alguns momentos e alguns dias não são bons, então pode ser que o coach precise centralizar o cliente dentro do seu foco, relembrando a importância da realização do objetivo que ele busca.
Uma situação bastante comum acontece quando o coachee não realiza a tarefa que foi proposta, que é uma situação polemica no mundo do coaching – alguns profissionais tomam por prática dispensar o coachee da sessão para que a tarefa seja realizada nos próximos dias.
Um caminho mais ameno está na investigação do motivo pela qual o cliente não conseguiu realizar a tarefa. Algumas perguntas como “O que você poderia ter feito de diferente para realizar esta tarefa?” podem guiar o coach à um entendimento sobre o nível de comprometimento do cliente com o objetivo, e pode até mesmo revelar uma falta de comprometimento pessoal com as próprias realizações.
Final da sessão
Ao final da sessão, deve ser proposto um novo desafio para o coachee realizar, que esteja conectado com o seu objetivo e com o feedback que o coach lhe deu durante o encontro.
Lembrando que o cliente é quem deve escolher a tarefa que vai realizar durante o intervalo até a próxima sessão – isso porque cada pessoa tem um entendimento pessoal sobre aquilo em que pode realizar.
Muitos clientes de coaching acabam acreditando que cabe ao coach apontar uma tarefa para ser realizada, mas a verdade é que as sessões de coaching precisam trazer clareza sobre o caminho que o cliente deve tomar para realizar o seu objetivo, e então o próprio coachee deve determinar uma tarefa que o coloque mais próximo da realização do seu objetivo.
Neste momento pode acontecer do coach acreditar que o desafio proposto pelo coachee é muito leve, mas este é o momento em que o não-julgamento deve ser exercitado pelo coach, afinal o que pode parecer simples para ele pode ser uma grande barreira para o coachee.
Caso o coach sinta que o cliente pode fazer mais, ele pode propor, além da tarefa, um desafio extra, que seja de simples execução, mas com grande potencial de transformação.
Um exemplo de desafio que cai bem é a tarefa extra de assistir um filme recomendado pelo coach, que obviamente tem a ver com o objetivo buscado pelo cliente.
Considerações
Os métodos, formatos, ferramentas e perguntas podem variar bastante de um profissional para o outro, e o mais importante é ter a clareza de que o processo de coaching é um método de evolução continuada com um objetivo central.
Nesta visão, o coach tem um papel de guia do caminho, bem mais focado em manter o cliente em curso e elucidar as suas atitudes e comportamentos na direção do que ele definiu como sucesso – sempre o cliente, não o coach.
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